Quando dei
por mim, e a ficha, enfim, caiu, fui tomado por um sentimento de indignação
muito forte. Sem que eu sequer desconfiasse, ele se despediu de mim, acenando
com as mãos, num gesto até gentil. No rosto, um sorriso pífio escondia seu
apetite voraz e tudo o que ele seria capaz de fazer para conseguir matar sua
fome. Mais uma vez a revolta tomou conta de mim. Ainda assim, o prazer
consumado ali, disfarçado na escuridão, continuou a ecoar na minha mente por
muito, muito tempo.
Eu estava
naqueles dias em que o tesão explode em cada poro do corpo. Noite quente de um
abril completamente atípico. Nenhuma árvore balançava, não ventava, não
refrescava. E o calor do Rio de Janeiro fritava ovos no asfalto. Enquanto isso,
eu subia pelas paredes, doido para uma foda gostosa. Nesse dia eu estava meio sem
critério, o que eu queria é gozar. Foi a primeira vez que eu me aventurei em um
ambiente de pegação.
Peguei um
ônibus e fui parar na região do Passeio Público, no centro do Rio. Dali, como
se não tivesse pressa alguma, caminhei até o Aterro do Flamengo e conheci, pela
primeira vez, aquele antro da luxúria carioca. Estava escuro, e as mulheres com
carrinhos de bebê já não passavam mais por ali. Homens passavam por mim a todo
o tempo, durante todo a caminhada que eu fiz. No percurso, quando passavam,
olhavam para trás. E seguiam seu destino, se o pretendente não correspondesse.
Corpos voluoptuosos se misturavam a figuras esquálidas, meio mafiosas. Ninguém
conhece ninguém naquele lugar.
Quando percebi,
já estava por entre as árvores, que dividiam o espaço do bosque com dezenas de
corpos que caminhavam aleatoriamente no breu, entrecruzando-se, olhares
atentos, os quais eram, no meio da escuridão, as únicas partes do corpo que
brilhavam. Todas as outras, escondidas pela noite, pulsavam de tanta
voracidade.
Comecei a
observar que em determinado canto, um grupo de rapazes se avolumava, muito
preocupados em arranjarem-se em círculo. Certamente ali não era nenhum vendedor
de sabão de praça ou culto evangélico de rua. Era, sim, uns sete ou oito
punheteiros que se deliciavam enquanto um rapazinho magrinho chupava o pau de
um coroa que estava no perímetro da roda. Juntei-me ao grupo. Eles, receosos,
observavam-me. Uns três disfarçaram e saíram, a procura de outros espaços. E
eu, obviamente, não ia fazer a linha do contra, e coloquei meu pau pra fora,
que já estava em pedra àquela altura.
Comecei a
massagear meu cacete e a baba começou a emanar da cabecinha. Para facilitar,
cuspi na mão e continuei a apreciar aquela cena que, pra falar a verdade, me
excitava menos que os outros rapazes que se masturbavam observando o boquete do
bosque. Antes que eu esperasse, um rapaz surgiu diante de mim, já se pondo em
joelhos, e começou tocar uma punheta no meu pau. Tocava em mim e nele próprio,
aguardando um sinal positivo que desse o aval para que ele pudesse cair de
boca. E eu dei. Foi o bastante.
O cara era
bonito, mas de uma beleza comum, nada de exageros. Tinha uma boca grande e os
olhos bem pequenos. Uns bracinhos que faziam um certo volume como quem começou
a malhar há um ou dois meses. Naquela circunstância, era o que dava pra ver,
não mais que isso. O moleque começou a sugar a cabeça do meu pau, sem
cerimônia. Mamava meu cacete até o talo, sem pestanejar. Era possível sentir
meu pau encostar no fundo de sua boca, pelos cantos da qual escorria saliva, de
tanto que o rapaz se empenhava na arte de chupar um pau. Não demorou muito para
que o foco da cena mudasse para o lado oposto ao que estavam o coroa e seu
ninfeto. Éramos nós, agora, a inspiração para a punheta coletiva. Enquanto o
guri me mamava, eu encarava os outros rapazes, com o intuito de flertar com
eles. Um tal garoto me chamou atenção. Estava com uma camiseta cavadíssima,
calça jeans e mochila. Parecia ser garoto de programa. Ele tocava uma enquanto
apontava seu pau com o olhar. Eu o convidei para participar da festinha e, mais
que depressa, já estava ao meu lado com o peito desnudo e os mamilos salientes
me convidando para passar ali a minha língua. Ele ficou do meu lado e eu,
enquanto era chupado, lambia aqueles mamilos e tocava uma pra ele. Aproveitei e
tirei a camisa, e foi este o momento ápice daquela sacanagem gostosa e
arriscada. Imediatamente, comecei a sentir lambidas no corpo. Os demais
interessados no boquete do coroa e do ninfeto, começaram a se engraçar para o
nosso lado. Como não correspondêssemos totalmente, limitavam-se em nos lamber e
se contentavam em experimentar de nossos corpos suados de prazer. Somente um,
que eu me lembre, passou a se masturbar ao meu lado, fitando o rapaz de
joelhos. Foi esse que acabou dividindo comigo as sugadas molhadas e quentes
daquele vadio ajoelhado.
A putaria
estava rolando solta, quando percebi que todos estavam se dispersando, quase ao
mesmo tempo. Estranhei aquilo e fiquei de sobreaviso. Até o rapaz, cujos
mamilos eram lambidos por mim, e que estava ao meu lado, saiu de fininho.
Ficamos só eu, meu pau, e o guri ajoelhado com a boca nele. Estava explicada a
dispersão.
- Coloca a
roupa aí, irmão. Agora!
- Calma aí, a
gente já ta indo, não precisa...
- Calma aí, o
caralho, parceiro! Ta indo pra onde?
- A gente ta
indo embora! – falei.
- Porra
nenhuma, vocês estão aí na putaria, se comendo. Isso aqui não é lugar pra
putaria, não, porra.
- Tudo bem, a
gente não faz mais, foi mal. Não vai mais acontecer. – disse o garoto que me
chupava.
- Quem disse
que não vai? Ta escrito “idiota” aqui na testa, cidadão? Termina de vestir essa
roupa e me acompanhe.
- Que que
você vai fazer com a gente? – desesperou-se o garoto – por favor, não machuca a
gente, por favor!
- É muito
veadinho, puta que o pariu. Precisa chorar não, irmão. Sem frescura, tu não é
homem não? Ta errado, parceiro. Aqui é lugar pra isso? Fala pra mim, aqui é
lugar pra isso?
- Não, não...
mas a gente não é ladrão, moço. Por favor! Por favor! A gente não é ladrão! – implorou
o moleque.
- Já pra
viatura, porra. Atentado ao pudor! Já ouviu falar? Tenho nada contra vocês,
não, irmão. Mas fuder em público, aí é foda, né?
- Tudo bem,
leva a gente pra delegacia, então. – falei – e a gente resolve essa parada.
- Ta nervoso,
parceiro? Fica calminho aí. Pra viatura!
Caminhamos
uns trezentos metros e chegamos à viatura do policial militar que nos abordou.
O carro estava completamente apagado, como se quisesse se manter escondido, à
espreita, sem querer alarmar os corpos que passeavam na escuridão. Dentro dele
havia um outro PM, que saiu assim que chegamos.
- Hoje ta
foda, hein? – disse o outro PM, que estava dentro do carro. – essas porras não
tem outro lugar pra fuder, não!
- Ta complicado,
Fulano. Mas deixa que desses aqui eu dou conta. Vai lá, você, faz uma ronda lá
pelo outro lado. A punheta ta comendo por ali, e tem uns pivetes do outro lado
metidos a espertinhos.
E o policial
Fulano de Tal saiu pra fazer sua ronda, conforme ordenara seu parceiro. Ficara
o policial que nos abordou. Seu nome era Frias.
- Tem quanto
anos, parceiro?
- Vinte e
quatro – disse.
E ele, não
contendo a ironia, riu-se, e perguntou ao outro, que respondeu:
- Vinte.
E nos pediu
os nossos documentos. Entreguei-lhe a carteira, que foi vasculhada até o último
compartimento. O tal do Frias olhou os cartões de crédito, o dinheiro, o
bilhete eletrônico, recadinhos de papel, notas fiscais, tudo! Perguntou se eu
usava drogas, se estava armado, se escondia flagrantes, enfim. Fez o protocolo.
O mesmo se deu durante a sabatina que ele fez com o Victor, que é como se
chamava o rapaz que me chupava. Em seguida, mandou que o Victor entrasse na
viatura, no banco de trás. Eu, ainda do lado de fora, fui orientado a sentar no
banco da frente, do carona. Isso me pareceu incomum, porém, ainda mais incomum
foi o fato de o policial entrar no carro e não dar partida. Continuou a fazer
uma série de perguntas, que tornavam-se mais constrangedoras.
- Quer dizer
que tu gosta de comer um cu, né?
- Gosto.
- Porra,
cara. Aqui não é lugar pra isso! Agora sou obrigado a te fichar. É foda, né?
- Se o senhor
deixasse a gente ir, não ia mais acontecer.
- Como assim,
ir? Ta sugerindo o que?
- Eu não to
sugerindo nada. É só isso.
- Sei... E
você, Sr. Victor, tava gostando de chupar o rapazinho aqui?
- É
necessário responder isso? – disse Victor.
- É
necessário.
- Sim.
- Porra,
cara. To fazendo isso com a maior dó no coração – disse ele em ironia – gostei
de você. Parece ser um cara bacana, trabalhador e tal.
- Pois é.
- Vamos
resolver essa parada e ta tudo certo.
- Como assim?
- Quietinho,
irmão. Você quer ir preso?
- Não.
- Então é o
seguinte. Caladinho, pianinho, sem fazer escândalo, tu vai chupar meu pau.
- Quê?
- É isso aí,
irmão. Vai mamar meu cacete bonitinho. Você não quer ser liberado? Então, quero
entender os motivos de vocês viverem aqui no Aterro. Quero ver se é bom mesmo
como parece. Se for bom mesmo, libero vocês. Sou um cara compreensivo, sacou?
Eu não podia
acreditar no que estava acontecendo. Chupar o PM seria meu alvará de soltura? É
isso mesmo? Um certo alvoroço me embrulhou o estômago, me deu uma sensação
ruim, de impunidade, de coerção, de revolta. Mas ao mesmo tempo, não seria
nenhum sacrifício chupar aquele cara dentro do carro. Eu só não esperava que
isso pudesse acontecer. O conflito entre minha revolta e meu prazer acabou
quando eu vi o mastro do PM: uma pica roliça, grossa e reta, de fazer inveja a
qualquer cineasta da pornografia.
- Pra você,
irmãozinho. Cai de boca. Hahaha... – e riu, como se estivesse por cima da
situação, isento de julgamentos.
O Frias era
um policial típico do Rio de Janeiro. Devia ter uns trinta e três anos. Não
gozava mais do corpo escultural dos soldadinhos de chumbo, mas também não era
uma carranca destruída. Era um corpo gostoso. Braços fortes, incrivelmente
fortes. Não eram musculosos, não, mas possuíam uma massa rígida, atraente, que
criavam uma silhueta muito tentadora quando o tecido da farda apertava-lhe a
pele. Sua barriga era um tanto saliente, mas não deixava de ser sexy. Era moreno,
tinha a pele acobreada, como se estivesse bronzeado. Tinha uma pele bonita,
muito bonita. De cabeça raspada, os cabelos crespos já davam sinais tímidos de
existência. A sua voz era um tanto nasalizada. E era ela quem ordenava para que
eu começasse a pagar pela minha soltura.
- Ta
esperando o quê, cara? Cai de boca nessa rola, vai.
E o prazer
venceu a angústia. Cedi à tentação e comecei a mamar aquele policial dentro do
carro. Seu pau mal podia caber dentro da boca, mas ele insistia pra que eu
deixasse bem molhadinho.
- Deixa a
saliva escorrer, deixa! Mama deixando a saliva escorrer. Molha meu pau, cara,
isso aí! Deixa molhadinho, que vai entrar fácil! Olha pra mim agora, irmão.
E eu olhei.
- Chupa meu saco
agora! Cai de boca no meu saco.
O saco do
Frias era uma bolsa gigante cheia de pêlos. Muito grande mesmo. Estava suado e
emanava um cheiro bem característico.
- Tem
frescura aqui não, irmão. Mete a língua e pronto. – dizia enquanto eu olhava
pra ele – ta gostando?
E eu balancei
a cabeça, fazendo que sim.
- Eu
perguntei se ta gostando, porra! Quero ouvir, fala com o saco na boca.
- Sim, to
gostando muito. – tentei dizer, com as sílabas um tanto vacilantes devido ao
fato de estar com a boca cheia.
- Isso aí,
garoto. Chupa o saco do teu macho, desse jeito que eu gosto. Quer piru?
Responde com a boca!
- Quero.
- Vou te dar
piru. – e meteu a pica na minha garganta. – Que safado! Diz pra mim o que você
é.
- Safado.
- Uma putinha
safada?
- Sim, uma
putinha.
- Mais o quê?
- Uma vadia.
- Uma vadia
que gosta do quê?
- De rola.
- Ah... isso
aí... Então pede rola.
- Me dá essa
rola gostosa.
- Dou
tudinho, mama aí.
- Soca, soca!
Uhmmm... ah...
- Geme,
vadia! Geme gostoso...
- Ah... oh...
- Cospe no
pau, cospe... agora lambe, lambe tudo, deixa ele limpinho... Delícia!
- Quer no
saco também? – ousei.
- Quero,
vadia, cospe no meu saco!
- Uhnn... – e
babei aquelas bolas volumosas e peludas, lambendo em seguida a saliva que
escorria pelas virilhas suadas do PM.
- Safado do
caralho! Puta que pariu, que gostoso, filho da puta!
- Ah... saco
de macho! Tesão... eu tava precisando disso...
- Então fica
lambendo o saco que ta muito bom! Profissional você, moleque.
- Valeu...
que isso!
- Agora cai
de boca no pau! Deixa ele bem molhadinho que eu vou comer teu amiguinho.
Quando o
policial disse isso, o Victor abriu a porta do carro, de súbito, e saiu
correndo Aterro afora. Fugiu sem pensar duas vezes. Ele foi esperto, porque com
a calça arriada ficaria difícil para o policial correr atrás dele. O problema é
que ele, mal ou bem, era minha testemunha. E a merda era que agora eu estava
sozinho ali. Frias e eu.
- Viado!
Filho da puta! Cagão do caralho!
- Fudeu! –
pensei.
- Deixa esse
viado pra lá! De galinha de casa não se corre atrás. Agora você vai ter que dar
conta, irmão. Vai ter que liberar a rosquinha.
Frias mandou
que eu tirasse a roupa e saiu de dentro do carro. Abriu a porta do carona e se
pôs diante de mim, em pé, do lado de fora. De pau pra fora, colocou uma
camisinha e disse, rindo-se em ironia:
- É, irmão,
perdeu. Esse cuzinho agora é meu.
E este foi o
início de uma das fodas mais quentes e arriscadas de toda a minha vida. Você acha que acabou? Ledo engano, muitas águas ainda rolariam. E é
claro, que eu não vou deixar de contar isso a vocês. A continuação deste conto já está disponível. Leiam a história completa e gozem bastante, porque com esse
PM safado eu me fartei de leite.